DA CRISE DO IMPÉRIO à REPÚBLICA - TEXTO PARA PROVA / 8 ANO Prof Valéria
Crises do Império
A crise do Império foi resultado das transformações
processadas na economia e na sociedade, a partir do século XIX, que somando-se,
conduziram importantes setores da sociedade a uma conclusão: a Monarquia
brasileira,que nunca conseguia se mostrar capaz de acompanhar a marcha da
História em todos os detalhes,precisava ser superada para dar lugar a um outro
regime político mais adaptado aos problemas da época. A crise do Império foi
marcada por uma série de questões que desembocaram na Proclamação da República.
Além disto, houve a questão
religiosa, esta provocada pela recusa dos bispos Dom Antônio de Macedo Costa e D. Frei Vital em aceitar as interferências do
governo influenciado pela maçonaria na nomeação de diretores de ordens terceiras e irmandades.
Em seguida, a questão militar causada por atritos entre os
militares e o império. Os profissionais das armas queriam uma maior autonomia
nos assuntos políticos da nação, e o império punia as manifestações quaisquer
que fossem.
Os republicanos cresciam em poder e influência, a
opinião pública já vislumbrava com bons olhos um Brasil sem imperador. O
tenente-coronel Benjamin Constant na Escola Militar pregava o positivismo e a república.
Em 1873,
aconteceu um Congresso Republicano em São Paulo, neste, houve a confecção e a
aprovação de um projeto de constituição. O regime monárquico estava acabando,
os ventos republicanos já sopravam no horizonte. Com o agravamento da questão
militar, o gabinete de Ouro Preto iniciou sua queda.
Outro fator secundário era que os países vizinhos
como: Argentina, Paraguai e Uruguai já tinham adotado o governo
republicano,coisa que durante a Guerra do Paraguai os integrantes das forças
armadas do Brasil de então,notadamente os membros do Exército, tiveram a
oportunidade de conhecer profundamente, e de perto, criando em si um espírito
positivista da visão de um Brasil repúblicano.
Questão escravocrata
Os cafeicultores não se conformaram com a abolição
da escravidão e com o fato de não terem sido
indenizados. Sentindo-se abandonados pela monarquia passaram a apoiar a causa
republicana, surgindo os chamados republicanos de 13 de maio (chamada assim por causa da data
em que a Lei Áurea foi assinada, 13 de maio de
1888). As principais leis que contribuíram para o fim da escravidão no Brasil
foram:
·
1871 (Lei
do Ventre Livre): os filhos de escravos são considerados livres,
devendo aos proprietários criá-los até os oito anos;
·
13 de maio de 1888 (Lei Áurea):
abolição total da escravidão, assinada pela princesa Isabel,
que substituía provisoriamente o imperador, que nesta época estava na França
cuidando da sua saúde.
Questão religiosa
Desde o período colonial a igreja católica era uma instituição submetida ao
estado, pelo regime do padroado, que dava ao imperador controle sobre o clero e
assuntos eclesiásticos. O imperador tinha o direito de exercer o
"beneplácito", ou seja, nenhuma ordem do papa poderia vigorar no Brasil sem antes ter sido aprovada por
ele.
Mas, em 1872, D. Vital e D. Macedo, bispos de
Olinda e de Belém, respectivamente, resolveram seguir ordens do papa Pio IX,
punindo os religiosos que apoiavam os maçonismo (membros da maçonaria). D.
Pedro II, influenciado pela maçonaria, solicitou aos bispos que suspendessem as
punições. Como eles se recusaram a obedecer ao imperador, foram condenados a
quatro anos de prisão. Em 1875receberam
o perdão imperial e foram libertados, mas o episódio abalou as relações entre a
igreja e o imperador.
Questão militar
Durante o império havia sido aprovado o projeto montepio, pelo
qual as famílias dos militares mortos ou mutilados na Guerra
do Paraguai recebiam uma pensão. A guerra
terminara em 1870 e, em 1883 o montepio ainda não estava pago.
Os militares encarregaram então o tenente-coronel Sena Madureira de defender os seus direitos.
Este, depois de se pronunciar pela imprensa, atacando o projeto montepio, foi
punido. A partir de então os militares foram proibidos de dar declarações à imprensa sem prévia autorização imperial.
O descaso que alguns políticos e ministros
conservadores tinham pelo Exército levava-os a punir elevados
oficiais, por motivos qualificados como indisciplina militar. As punições
disciplinares conferidas ao tenente-coronel Sena Madureira e ao coronel Ernesto Augusto da Cunha Matos provocaram revolta em importantes
chefes de Exército, como o Marechal Deodoro
da Fonseca.
Fim do Império
O movimento pró-república no Brasil tomava
proporções irreversíveis, mas para que a alteração na forma de governo se desse
de forma democrática seria necessário uma Assembléia Geral majoritariamente
republicana, o que parecia distante de ocorrer, pois a população não se
mostrava simpática à derrocada da monarquia. Cientes desse problema, os
republicanos viram-se obrigados a apelar para a força, e, em 15 de novembro de
1889, o marechal Deodoro
da Fonseca proclama a república. D. Pedro II foi
deposto do trono brasileiro. Deodoro recebeu o título de chefe do governo
provisório. D. Pedro II foi obrigado a embarcar para a Europa com a família no dia 17 de
novembro de 1889, na calada da noite, a fim de não gerar revolta popular.
Golpe republicano
O Governo Imperial, percebendo, embora tardiamente,
a difícil situação em que se encontrava com o isolamento da monarquia,
apresentou à Câmara dos Deputados um programa de reformas políticas, do qual
constavam: liberdade de fé religiosa, liberdade de ensino e seu
aperfeiçoamento, autonomia das Províncias e mandato temporário dos senadores.
Entretanto, as reformas chegaram tarde demais. No
dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro
da Fonseca assumiu o comando das tropas revoltadas, ocupando o
Quartel General do Rio de Janeiro. Na noite do dia 15 de novembro constituiu-se
o Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil. D. Pedro II,
que estava em Petrópolisdurante
esses acontecimentos, recebeu, no dia seguinte, um
documento do novo Governo, solicitando que se retirasse do País, juntamente com
sua família.
Proclamada a república, no mesmo dia 15 de novembro
de 1889, forma-se um governo provisório, sendo o chefe do governo Marechal
Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente do Brasil, acabando assim com o
segundo reinado e com o Período Imperial do Brasil.
Na avaliação do Visconde de Ouro Preto, deposto da presidência do conselho de ministrosem 15
de novembro, a proclamação da república foi um erro, e, assim se expressou em
seu livro "Advento da ditadura militar no Brasil":
1 comentários:
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